segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Como toda semana, quando vou para São Paulo de ônibus passo pela livraria da Rodoviária para ver os livros lá expostos. Para quem é apaixonado por livros um passeio desses nunca é demais. Passear por livrarias é um dos meus passatempos preferidos, além de ler livros, é claro. Mas é que como se pode ficar imune aquele lugar onde vários livros estão a mostra e você pode descobrir autores que não nunca leu, mas que estão lá há tempos, novos autores que chamam a atenção e caem em seu gosto. Enfim, como não costumo vagar muito mais pelas livrarias, mesmo porque tenho ainda muitos livros a serem lidos em casa, sem contar os já lidos que mal cabem em casa, além dos que posso ler e comprar rapidamente com meu Kindle; ainda toda semana permito-me uma espiada na pequena livraria da rodoviária.
Em meio a muitas porcarias literárias (mas isso não é exclusividade de livrarias de rodoviárias); existem coisas muito boas expostas, tal como minha última leitura: O FIM DE SEMANA de Bernhard Schlink, alemão, mesmo autor de O LEITOR, que ganhou uma versão para as telas com a participação de Kate Winslet. Como sempre, tendo lido o livro e assistido o filme, inegável a preferência pelo livro, mas foi uma adaptação boa, se bem que como o livro é de um alemão, se passa na Alemanha, remetendo à época Nazista, acho que uma adaptação coerente com a língua seria mais apresentável. Afinal temos visto muitos filmes alemães de ótima qualidade, sobre seus mais variados assuntos. 
O FIM DE SEMANA não é diferente. O autor toca em mais uma ferida desta sociedade fragmentada, dividida entre o orgulho, a vergonha e conformação. Um grupo que participou das revoluções , fazendo parte da Grupo Baader-Meinhof, fração do Exército Vermelho, organização guerrilheira de extrema-esquerda alemã, se reúne para um fim de semana 20 anos depois da prisão de um de seus colegas, então solto. As discussões são aquelas inerentes à sociedade alemã, desde a luta revolucionária por eles iniciada, até sua transformação em utopia. Os dramas pessoais de cada personagem são colocados de maneira muito interessante pelo autor, e é magnífico a identificação desses com a sociedade alemã. Quem lê o livro e conhece ao menos um pouco das características peculiares a essa nação, logo as identifica.
Fica aí mais uma dica de leitura.