terça-feira, 25 de setembro de 2012

Na Praia


Vou recomeçar com a última leitura: Na Praia de Ian McEwan. Leitura rápida, livro pequeno e de fácil leitura que nos remete a sociedade inglesa do início dos anos 1960 com suas transformações retratadas através do comportamento e angústias dos recém casados: Edward e Florence. Leitura recomendada!
Sinopse:

Na Inglaterra e em 1962, Edward Mayhew e Florence Ponting, ambos virgens, se instalam num hotel na praia de Chesil, perto do Canal da Mancha, para celebrar sua noite de núpcias. Ele é um rapaz recém-formado em história, de origem provinciana, sua mãe tem problemas mentais e o pai é professor secundário. A noiva é uma violinista promissora, líder de seu próprio quarteto de cordas, filha de um industrial e de uma professora universitária de Oxford. O desajeitado encontro íntimo desses dois jovens ainda marcados pelos resquícios da repressiva moral vitoriana pretende configurar uma tragicomédia de erros.
Este é o Livro que será objeto de discussão no mês de Outubro na Livraria Cultura de Campinas - SP
Quem estiver interessado veja dos detalhes:

De volta

Não é que não tenho lido nada ultimamente.... pelo contrário. No entanto deixei de lado a escrita aqui no blog por falta de tempo e preguiça. Tentarei retomar com algumas indicações do que li durante este tempo em que fiquei ausente.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Um pouco mais de Literatura Francesa


Vamos falar hoje de uma autora francesa contemporânea pouco conhecida no Brasil, se não totalmente desconhecida: Ann Scott. Como sempre procuro estar em contato com a literatura francesa. Por apreciar a língua tento sempre ler algo em francês, o que é fácil, pois acha-se muitos livros em francês nas livrarias, dos clássicos aos contemporâneos, mas como nem sempre tudo o que é contemporâneo é de qualidade desejável sempre busco informações sobre os autores. Ann Scott foi conhecimento através do twitter e apesar de ter conseguido comprar a versão e-book do seu último livro "À la folle jeunesse", adiei a leitura por não apreciar a leitura no computador. Nesse meio tempo fui agraciada com um exemplar do livro impresso direto de Paris de um outro contato no twitter que por ver meu real interesse na literatura de seu país me mandou via poste 3 livros, dentre eles o de Ann Scott.
Já havia lido o livro Heroïne dela, que é como uma "continuação" do seu livro de maior sucesso até então: Superstars. Como não li este, não posso comentar, mas o que mais me chamou a atenção em Heroïne  foi a forma de narração. O Livro é narrado na segunda  pessoa do singular, como se tivesse perdido a capacidade de ver as coisas claramente, que é o que realmente acontece com a personagem. Particularmente achei uma narração genial. Quanto ao livro "À la folle jeunesse", narrado na primeira pessoa do singular temos a impressão de ser uma história autobiográfica. Segundo a autora, aquilo que é realidade se funde com o que imaginamos ser realidade. Acredito nisto pois a fonte de inspiração de um autor é a vida, e a vida que ele(a) enxerga, participa, escuta, observa, sente, etc. A mensagem do livro é o que se passou da vida até agora? O que foi feito, o que ainda pode ser feito? É uma reflexão sobre a vida. Mas nada linear, mais uma vez a narrativa é a estrela da obra. 
Eu indico aqueles que lêem em francês, e espero que breve possamos ter uma tradução em português, o que infelizmente acho improvável.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Como toda semana, quando vou para São Paulo de ônibus passo pela livraria da Rodoviária para ver os livros lá expostos. Para quem é apaixonado por livros um passeio desses nunca é demais. Passear por livrarias é um dos meus passatempos preferidos, além de ler livros, é claro. Mas é que como se pode ficar imune aquele lugar onde vários livros estão a mostra e você pode descobrir autores que não nunca leu, mas que estão lá há tempos, novos autores que chamam a atenção e caem em seu gosto. Enfim, como não costumo vagar muito mais pelas livrarias, mesmo porque tenho ainda muitos livros a serem lidos em casa, sem contar os já lidos que mal cabem em casa, além dos que posso ler e comprar rapidamente com meu Kindle; ainda toda semana permito-me uma espiada na pequena livraria da rodoviária.
Em meio a muitas porcarias literárias (mas isso não é exclusividade de livrarias de rodoviárias); existem coisas muito boas expostas, tal como minha última leitura: O FIM DE SEMANA de Bernhard Schlink, alemão, mesmo autor de O LEITOR, que ganhou uma versão para as telas com a participação de Kate Winslet. Como sempre, tendo lido o livro e assistido o filme, inegável a preferência pelo livro, mas foi uma adaptação boa, se bem que como o livro é de um alemão, se passa na Alemanha, remetendo à época Nazista, acho que uma adaptação coerente com a língua seria mais apresentável. Afinal temos visto muitos filmes alemães de ótima qualidade, sobre seus mais variados assuntos. 
O FIM DE SEMANA não é diferente. O autor toca em mais uma ferida desta sociedade fragmentada, dividida entre o orgulho, a vergonha e conformação. Um grupo que participou das revoluções , fazendo parte da Grupo Baader-Meinhof, fração do Exército Vermelho, organização guerrilheira de extrema-esquerda alemã, se reúne para um fim de semana 20 anos depois da prisão de um de seus colegas, então solto. As discussões são aquelas inerentes à sociedade alemã, desde a luta revolucionária por eles iniciada, até sua transformação em utopia. Os dramas pessoais de cada personagem são colocados de maneira muito interessante pelo autor, e é magnífico a identificação desses com a sociedade alemã. Quem lê o livro e conhece ao menos um pouco das características peculiares a essa nação, logo as identifica.
Fica aí mais uma dica de leitura.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

As minhas traições - JOÃO PEREIRA COUTINHO

SOU UM traidor. Sou um hipócrita. Não tenho defesa. Nem perdão. Mas guardar segredo é pior que partilhá-lo. Partilho.
Imagine o leitor: eu, num círculo de amigos literatos, discutindo as últimas novidades da "rentrée". Subitamente, alguém fala sobre o futuro do livro. E elogia as qualidades do livro eletrônico.
É nesse preciso momento que eu faço cara de nojo, limpo o suor da testa com meu lenço de renda e disparo um "jamais!" que faz tremer o salão. O meu mundo é o mundo de Gutenberg: o mundo arcaico do papel e da tinta, não de "pixels", "bits" e outras barbaridades linguísticas. Livro eletrônico? É como fazer amor com uma boneca insuflável.
"Um livro é um livro", disparava eu, em conhecido clichê. Nada substitui o objeto físico que transportamos, dobramos, sublinhamos. Tocamos. Cheiramos. Por vezes, rasgamos ou queimamos. A ideia de ler um romance, uma biografia, um mero ensaio em suporte eletrónico chegava para cobrir a minha costela conservadora de um horror herético. Nem morto.
Mas então aconteceu: uma oferta familiar em dia de aniversário. Bateram à porta. Entregaram a encomenda. Era o famoso Kindle da Amazon, com capa de pele, bonitinho. Perigosamente bonitinho.
Farejei o bicho com desconfiança primitiva. Cocei o crânio com pasmo neandertal e senti-me um dos macacos de Stanley Kubrick, na sequência inicial de "2001 - Uma Odisseia no Espaço".
Como se um objeto estranho tivesse vindo diretamente do futuro. Por milagre não quebrei o aparelho com a força das minhas ossadas. Um livro eletrônico era aquilo? "Jamais, jamais", gritava a minha pobre consciência.
Os dias passaram. O objeto, a um canto, mendigava a minha atenção sempre que passava por ele. "Jamais, jamais", repetia ainda. E sempre com menor convicção.
Uma tarde, aproximei-me. Tentei ignorá-lo, lendo ostensivamente as "Páginas Amarelas". O objeto soltou um suspiro de tristeza, quem sabe de abandono. E eu, com caridade cristã, decidi dedicar-lhe dois minutos de atenção, não mais.
Liguei o Kindle. Com enfado, fui lendo as instruções. E, por cada página lida, a pergunta mefistofélica: experimentar nunca fez mal a ninguém, certo?
Experimentei. Diretamente do site da Amazon, fui importando livros grátis. Os clássicos gregos. Os clássicos romanos. Algum Maquiavel, algum Hobbes, algum Swift. Os pensamentos de Pascal. Uma edição completa das peças do bardo. Tudo a preço zero. Em 60 segundos, a Biblioteca de Alexandria viajava até minha casa.
O meu entusiasmo começava a ser perigoso. Embaraçoso. Numa tarde, descarregara 50 livros. Outros 50 vinham a caminho.
E, pior, já começara a ler um: a autobiografia de Tony Blair, que comprei a preço reduzido. Lia. Inacreditavelmente, sublinhava. Mais inacreditavelmente ainda, escrevia notas. Aquilo não era um livro. Era melhor que um livro. Que foi mesmo que eu disse?
Hoje, levo uma vida dupla. Em público, passeio os meus grossos volumes da "Enciclopédia Britânica", em gesto de resistência ao mundo virtual. Finjo. Quando me falam nas virtudes do Kindle, ou do e-book, as minhas gargalhadas são jocosas, ofensivas, delirantes.
Mas são também forçadas e encenadas: chego em casa e chamo logo pelo meu Kindle como quem chama pelo gato. E ele vem, pronto para miar centenas e centenas de obras-primas. Se um dia a casa arder e eu estiver em estado delirante, o leitor já sabe o que significa "Salvem o gato! Salvem o gato!".
Moral da história? A internet foi a primeira grande revolução da minha existência literária. Mas o livro eletrônico será a segunda ao introduzir a mais importante divisão intelectual da vida.
Haverá sempre livros que desejarei ter; e "ter" no sentido tangível do verbo: como objetos físicos, artísticos, existenciais. Nesse sentido, as livrarias continuarão a ser os únicos templos laicos que frequento com religioso fervor.
Mas depois existirão os livros que quero ler. Simplesmente ler. Não amanhã, ou depois, ou um dia qualquer. Mas hoje. Agora. Já. O sonho de qualquer leitor curioso, insaciável, ditatorial.
Regresso ao início: sou um traidor. E no dia em que os meus amigos literatos, cansados de minhas mentiras, vierem buscar-me para a fogueira, nada peço em minha defesa. Espero apenas que poupem o gato.

jpcoutinho@folha.com.br

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Literatura Fracesa atual

Terminado o livro Boomerang da autora Tatiana de Rosnay, segundo livro dela que li. Gostei, acho a leitura bem acessível, mesmo em francês não tive nenhum problema, afinal o conteúdo é bom sem precisar de um tom muito rebuscado Além disso, o conteúdo é contemporâneo, não sei exatamente se isso é uma qualidade, mas com certeza estamos familiarizados com o palavreado e com os aparatos tecnológicos que aparecem na trama, aliás, tendência cada vez maior de incluir em personagens a utilização de por exemplo: envio de SMS, de iPod's, internet, celular, e etc e tal.
Como disse anteriormente, Boomerang retrata fielmente o drama de uma família parisiense, tipicamente moderna, em seus problemas, dilemas familiares, dramas pessoais, e relações problemáticas entre parentes,  principalmente a relação entre pais e filhos, de duas gerações bem diferentes e com valores totalmente opostos. Diria algo como "não querer repetir os mesmos erros de nossos pais", cometendo portanto, "novos erros".
Esse tal tom rebuscado já aparece no livro de Philipe Labro: Les gens.  Ainda estou no início da leitura, mas já percebo um maior grau de dificuldade para fazer a leitura em francês, com certeza demoro um pouco mais para ler as páginas, mas é um caso a ser superado. 

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

De volta!

Depois de tanto tempo longe do blog, aqui estou eu de volta.
Além da correria com o casamento, que com certeza afetou um pouco as leituras, estamos instalados temporariamente num local onde o acesso a internet é limitado, lento e portanto, nao me entusiasmo muito para escrever aqui.

Mas voila: Nao consigo me lembrar como andavam minhas leituras nesse período, mas certamente nao finalizei os livros da lista proposta no início desse Blog. Ainda estou lendo "This Charming Man", versao Kindle, e li o breve livro da Saga Crepúsculo "The short second life os Bree Tanner". Legalzinho, mas nada demais, somente indicado para aqueles que leram todos os livros da Saga porque inexplicavelmente nao conseguiram interromper a leitura.

Durante a a viagem pela France, adquiri alguns livros por lá! No aviao de volta ao Brasil, comecei a ler "Boomerang", de Tatiana de Rosnay, sim aquela já citada aqui no blog com o livro "Sarah's Key". Mas dessa vez estou lendo o livro em frances, e este está na listas dos mais lidos en France. Já estou na metade do livro e devo terminá-lo logo!
Assim como Muriel Barbery e seu livro "A elegancia do ourico" - ( L'élegance du herrisson), Tatiana de Rosnay apresenta uma descricao bem fiel da sociedade francesa atual, mais precisamente os tao criticados  les parisiens.
A quem interessar, tem o site da autora www.tatianaderosnay.com

Mais uma dica: o livro dela "A chave de Sarah" já está disponível em portugues. Vale a pena conferir!