Em meio a muitas porcarias literárias (mas isso não é exclusividade de livrarias de rodoviárias); existem coisas muito boas expostas, tal como minha última leitura: O FIM DE SEMANA de Bernhard Schlink, alemão, mesmo autor de O LEITOR, que ganhou uma versão para as telas com a participação de Kate Winslet. Como sempre, tendo lido o livro e assistido o filme, inegável a preferência pelo livro, mas foi uma adaptação boa, se bem que como o livro é de um alemão, se passa na Alemanha, remetendo à época Nazista, acho que uma adaptação coerente com a língua seria mais apresentável. Afinal temos visto muitos filmes alemães de ótima qualidade, sobre seus mais variados assuntos.
O FIM DE SEMANA não é diferente. O autor toca em mais uma ferida desta sociedade fragmentada, dividida entre o orgulho, a vergonha e conformação. Um grupo que participou das revoluções , fazendo parte da Grupo Baader-Meinhof, fração do Exército Vermelho, organização guerrilheira de extrema-esquerda alemã, se reúne para um fim de semana 20 anos depois da prisão de um de seus colegas, então solto. As discussões são aquelas inerentes à sociedade alemã, desde a luta revolucionária por eles iniciada, até sua transformação em utopia. Os dramas pessoais de cada personagem são colocados de maneira muito interessante pelo autor, e é magnífico a identificação desses com a sociedade alemã. Quem lê o livro e conhece ao menos um pouco das características peculiares a essa nação, logo as identifica.
Fica aí mais uma dica de leitura.